quarta-feira, 20 de abril de 2016

A previdência e o longo prazo

A poucos dias, saiu em uma matéria do Jornal Nacional, o porque a reforma da previdência está na lista das primeiras necessidades do Brasil.

Na reportagem, foi feito um estudo de caso mostrando os efeitos do envelhecimento da população e da queda da natalidade em diversos países.

Segundo a matéria, para compensar a renda, muitos idosos se aposentam, mas continuam a trabalhar. Recebem salários 25% mais baixos que os mais jovens. Isso acaba afetando todo o mercado de trabalho. Puxa os salários e a oferta de vagas pra baixo.

Nos Estados Unidos, uma reforma feita nos anos 80 equilibrou a balança entre o número de aposentados e o número de trabalhadores ativos. Foi elevado gradualmente a idade mínima para aposentadoria plena de 65 anos pra 67 anos. Hoje, o saldo da previdência americana é de quase US$ 3 trilhões. Parece muito, mas já, já, em 2020, a balança vai ficar no zero a zero. Arrecadação igual ao gasto com benefícios. E em 2034, o dinheiro só vai dar pra pagar três quartos dos segurados. Esses são claros problemas de solvência no plano previdenciário.

Abordando um especialista em previdência,  o mesmo citou que pra evitar o déficit, só existem duas saídas: ou obrigar quem ganha mais a contribuir mais pro bolo, ou elevar a idade mínima pra aposentadoria plena.

Dos Estados Unidos pra Europa a discussão é a mesma.

Quase todos os países europeus já fizeram reformas pra elevar gradualmente a idade mínima para aposentadoria. A maioria dos trabalhadores vai deixar o mercado aos 65, 66 anos.

E foi justamente o rombo previdenciário um dos fatores que quebraram a Grécia. Lá, muita gente conseguia aposentadoria plena aos 55 anos. A reforma acabou sendo feita na marra e a idade vai pular pra 67 anos.

Já no Japão, que é o campeão mundial da longevidade com uma expectativa de vida de 84 anos a situação é bem mais complicada. É muito tempo pra viver da aposentadoria. Lá se tem, hoje, o problema que outras nações vão enfrentar no futuro. É a situação extrema: pouca gente para pagar cada vez mais aposentadorias.

É fácil perceber o problema: vemos a cada dia mais idosos e menos crianças. Como a população não se renova, o número de japoneses diminui. Em 2050, devemos ter uma população quase 23% menor do que é hoje. Menos gente para contribuir com os programas sociais mais solicitados. Por isso, está sendo elevada a idade mínima para aposentadoria, de 60 para 65 anos.

Brasil e o mundo com a mesma pauta e preocupação na questão previdência. Para os RPPS fica a necessidade de acompanhar a situação de solvência dos planos de benefícios, estudos de ativos x passivo. É um instrumento fundamental para a boa gestão previdenciária.

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