A poucos dias,
saiu em uma matéria do Jornal Nacional, o porque a reforma da previdência está
na lista das primeiras necessidades do Brasil.
Na reportagem,
foi feito um estudo de caso mostrando os efeitos do envelhecimento da população
e da queda da natalidade em diversos países.
Segundo a
matéria, para compensar a renda, muitos idosos se aposentam, mas continuam a
trabalhar. Recebem salários 25% mais baixos que os mais jovens. Isso acaba afetando
todo o mercado de trabalho. Puxa os salários e a oferta de vagas pra baixo.
Nos Estados
Unidos, uma reforma feita nos anos 80 equilibrou a balança entre o número de
aposentados e o número de trabalhadores ativos. Foi elevado gradualmente a
idade mínima para aposentadoria plena de 65 anos pra 67 anos. Hoje, o saldo da
previdência americana é de quase US$ 3 trilhões. Parece muito, mas já, já, em
2020, a balança vai ficar no zero a zero. Arrecadação igual ao gasto com
benefícios. E em 2034, o dinheiro só vai dar pra pagar três quartos dos
segurados. Esses são claros problemas de solvência no plano previdenciário.
Abordando um
especialista em previdência, o mesmo
citou que pra evitar o déficit, só existem duas saídas: ou obrigar quem ganha
mais a contribuir mais pro bolo, ou elevar a idade mínima pra aposentadoria
plena.
Dos Estados
Unidos pra Europa a discussão é a mesma.
Quase todos os
países europeus já fizeram reformas pra elevar gradualmente a idade mínima para
aposentadoria. A maioria dos trabalhadores vai deixar o mercado aos 65, 66
anos.
E foi justamente
o rombo previdenciário um dos fatores que quebraram a Grécia. Lá, muita gente
conseguia aposentadoria plena aos 55 anos. A reforma acabou sendo feita na
marra e a idade vai pular pra 67 anos.
Já no Japão, que é o campeão mundial da longevidade com uma expectativa de vida de 84 anos a situação é bem mais complicada. É muito tempo pra viver da aposentadoria. Lá se tem, hoje, o problema que outras nações vão enfrentar no futuro. É a situação extrema: pouca gente para pagar cada vez mais aposentadorias.
É fácil
perceber o problema: vemos a cada dia mais idosos e menos crianças. Como a
população não se renova, o número de japoneses diminui. Em 2050, devemos ter
uma população quase 23% menor do que é hoje. Menos gente para contribuir com os
programas sociais mais solicitados. Por isso, está sendo elevada a idade mínima
para aposentadoria, de 60 para 65 anos.
Brasil e o
mundo com a mesma pauta e preocupação na questão previdência. Para os RPPS fica
a necessidade de acompanhar a situação de solvência dos planos de benefícios,
estudos de ativos x passivo. É um instrumento fundamental para a boa gestão
previdenciária.